O QUE É IMPORTANTE... As Comissões de proteção de crianças e jovens em risco, vem fazendo um trabalho de recolha de informação e de sinalização de casos que podem ser considerados de “risco”.
Quando a sinalização implica uma intervenção, a medida imediata é a de retirar a criança/jovem do seu meio e interna-la num Lar/Instituição.
Ora, quando uma criança demonstra comportamentos desviantes e é sinalizada como potencialmente de risco, deveriam suceder duas coisas:
1º. Conhecer a realidade de cada caso; o contexto familiar; o ambiente circundante, os movimentos dos grupos de crianças daquela idade, os espaços, a tradição, as personagens, os pontos de interesse e os “interesses” de cada lugar… e só depois…
2. Intervir.
Uma intervenção que deve ser precedida de um acompanhamento presencial, encontrando, na comunidade e no ambiente da criança/jovem as necessárias respostas que justificam os tais comportamentos.
Só na posse destes dados estaremos em condições de intervir, efetivamente, e direcionar o trabalho a realizar com a criança/jovem.
Não se pode descurar o trabalho com a família, implicando-a no processo, fazendo-a participar em todo o processo e, simultaneamente, aplicar sobre todos o mesmo “tratamento” educativo, que os vais aproximar do conjunto dos valores e normas de convivência social aceitáveis. Atenção que estas normas e valores, apenas serão aceitáveis e aceites, se as pessoas os entenderem e lhes fizerem sentido.
Ao absorverem como seus estes novos ensinamentos, estaremos perante o concretizar da verdadeira resposta ao conjunto das situações que vitima centenas de jovens e crianças, que são muitas vezes designadas de riscos sem que para elas ou para o seu “grupo” em tempo algum estejam em risco ou a por alguém em risco.
Aqui reside outra dicotomia do sistema. As crianças que se encontram em risco e aquelas que põem em risco … a sociedade.
É impensável continuar a recolher nos mesmos espaços tão dispares realidades.
A tónica de todo este processo está na educação e na interpretação do valores sociais. Não há educação ou processo educativo que não implique a transmissão de valores culturais. Daí ressaltam as atitudes e os comportamentos. Como sistema, a educação é transversal (ou deveria ser), dinâmica e evolutiva. Ninguém, nunca, estará fora deste sistema.
Prevenir a delinquência começa na escola, estende-se à família, alarga-se à comunidade.
As famílias devem ter mais intervenção na educação dos seus filhos, não delegando esta responsabilidade na escola. Esta, deve tentar compreender os pais e os seus meios de vida, de subsistência, hábitos culturais e a sua escolaridade e complementar as lacunas existentes.
A escola ensina, a família educa, diz-me muitas vezes. Mas quem educa a família?
Ninguém está impune neste processo.
Todos temos uma quota parte de responsabilidade nisto.
E as famílias, efetuaram o seu percurso de mudança, de aculturação e todo o processo educativo que necessitam? Estão aptas a recebe-los de volta?
Quantos destas crianças e jovens entram num mundo do qual não têm retorno?
- Muitos! Mesmo muitos...
O trabalho social só pode ser entendido como um verdadeiro trabalho de prevenção.
No terreno, a acompanhar cada caso, cada situação. Olhos nos olhos, com os 5 sentidos focados na missão de ajudar quem mais precisa!
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